Demandas fora do horário de expediente, jornadas de trabalho muito extensas, chefes rígidos, prazos curtos, excesso de responsabilidades, férias menores, equipes reduzidas que exigem profissionais multitarefas… Ficou cansado só de ler? Imagine viver em uma rotina assim!
O esgotamento do profissional em seu ambiente de trabalho está cada vez mais comum em razão das novas modalidades do mercado. A crise diminuiu o número de vagas e criou ambientes mais competitivos e exigentes que estão causando danos à saúde dos colaboradores. Muitas empresas só estão percebendo agora que o bem-estar físico e, principalmente, o psicológico de seus colaboradores pode ser a peça chave para os bons resultados da empresa.
Saúde mental
A Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou que um ambiente de trabalho ruim está entre as causas que podem levar um empregado a desenvolver problemas de saúde física e mental.
Organizações baseadas em chefias autoritárias, submissão, comunicação falha, alta competitividade e ritmo muito acelerado de trabalho, além de prejudiciais para a produtividade a longo prazo, são nocivas à saúde mental dos colaboradores. Outra situação de destaque em termos de danos psicológicos é o assédio moral. Caracterizado pelo constrangimento ou humilhação, por um superior ou colega, de forma frequente e prolongada.
Por esses motivos, ações preventivas e de cuidado com a saúde devem avaliar frequentemente o comportamento e a relação dos funcionários. Além de dar grande enfoque à conscientização.
Burnout já é uma realidade
Recentemente a OMS (Organização Mundial da Saúde) definiu a Síndrome de Burnout como “estresse crônico” em decorrência de acontecimentos relacionados às experiências profissionais de uma pessoa. Sendo um fenômeno que tende a crescer na sociedade atual se as relações de trabalho não mudarem.
O esgotamento e a tensão emocional que a OMS se refere nessa síndrome estão ligados somente às vivências no âmbito profissional e não podem ser designadas para descrever outras relações. O problema geralmente é consequência de rotinas exaustivas e situações desagradáveis.
Apesar de ser de cunho psicológico, a síndrome apresenta, principalmente, sintomas físicos e comportamentais que normalmente aparecem gradualmente.
Sintomas do burnout
Cansaço físico;
Dores de cabeça e no corpo;
Dificuldade de concentração, perda no rendimento e lapsos de memória;
Falta de apetite e de sono;
Mau humor e irritabilidade;
Alteração no ritmo cardíaco.
O tratamento é voltado para mudanças no ponto focal do problema: a rotina de trabalho. Desacelerar e encontrar formas mais saudáveis e satisfatórias de trabalhar são pontos cruciais desta mudança. Além disso, é importante que a pessoa procure acompanhamento psicológico e em alguns casos, inclusive, o uso de medicamentos. Incluir atividades físicas, alimentos saudáveis e mais horas de lazer também podem ajudar.
Burnout x Depressão x Estresse
Burnout
Transtorno desenvolvido exclusivamente por causa de desarranjos entre o indivíduo e o trabalho.
Depressão
Doença psiquiátrica crônica que pode ser causada por predisposição genética, estresse crônico ou eventos traumáticos.
Estresse
Modo que o corpo reage perante situações que requerem um grande esforço emocional.
Os três atingem todas as idades e podem aflorar a partir de traumas. Apesar de apresentarem sintomas parecidos, existem diversas classificações e tratamentos específicos. Por conta dessa semelhança, a síndrome de burnout não é facilmente identificada, podendo prejudicar o tratamento.
A prevenção existe
O esgotamento profissional, como o próprio nome já diz, é o auge de um problema que não vinha sendo resolvido. Antes de atingir esse nível máximo de cansaço e estresse, alguns cuidados podem ajudar a evitar transtornos mais graves.
Veja algumas ideias:
Preserve o sono e mantenha uma rotina de descanso;
Faça atividades físicas;
Pratique meditação;
Evite fazer hora extra mais de três dias na semana;
Tenha ao menos um dia na semana de descanso longe das atividades do trabalho.
E aos primeiros sintomas de esgotamento: desacelere.
As empresas podem ajudar
O primeiro passo que a empresa pode dar para evitar e/ou ajudar um colaborador que esteja passando por problema de estresse no trabalho é saber reconhecer os sintomas. A delicadeza e a rapidez em reconhecer o que está acontecendo podem ser cruciais.
Feito isso, o RH e os líderes de equipes podem criar estratégias para diminuir o peso da rotina, criar formas de dar leveza ao trabalho e indicar opções de tratamento ao colaborador. Fazer com que este funcionário sinta-se valorizado e deixá-lo à vontade também são boas formas de ajudá-lo.
Além disso, se há um caso de estresse, outros podem aparecer. Por isso, é importante sempre avaliar as estruturas de trabalho e encontrar formas de melhorá-las.
Cuide do ambiente de trabalho
Um bom ambiente de trabalho está ligado à boa convivência, às relações interpessoais e à tranquilidade para exercer sua função. No entanto, cuidar do espaço físico – as instalações – de acordo com a atividade exercida pela empresa também é crucial para o equilíbrio do clima organizacional.
Preocupar-se com a infraestrutura do espaço pode ser um ótimo primeiro passo para a mudança. Locais com pouca luminosidade ou ventilação podem prejudicar, inclusive, o humor dos funcionários. Mas não só isso, salas muito fechadas são também propícias à disseminação de doenças contagiosas.
Alguns gestores ainda mantêm a crença de que janelas podem ser uma distração para funcionários. Esqueça isso. Janelas nos ambientes são importantes tanto para a saúde física como mental. De acordo com especialistas, a sensação de estar em um cubo fechado, sem ao menos saber como está o tempo, pode tirar a motivação do funcionário e trazer uma sensação de infelicidade.
Por fim, é também muito importante ter atenção a ruídos, iluminação, temperatura, mobiliário e ergonomia, prevenção de riscos, segurança do local de trabalho, entre outros itens. Afinal, como dito anteriormente, todos esses fatores impactam diretamente na saúde dos funcionários e em seus desempenhos.
A saúde mental está cada vez sendo mais valorizada, afinal, ela influencia diretamente no desempenho e nos resultados que o colaborador pode apresentar. Quanto mais o profissional estiver motivado, satisfeito no ambiente de trabalho e bem relacionado com sua equipe, mais distante de apresentar sintomas de burnout ele estará.
Fonte: Grupo Seres
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